terça-feira, 18 de agosto de 2015

A MADEIRA DÁ O TOM

Soluções espertas afloram em três jardins que elegem o material como protagonista. Saiba de que forma usar e conservar o seu aspecto natural, mesmo sob os efeitos de sol e chuva


No pergolado, as tábuas de cruzeta foram fixadas sobre uma camada de brita, assim não têm contato com a terra. o piso e todas as madeiras empregadas receberam tratamento contra intempéries. a manutenção é simples: a cada seis meses, aplique óleo de linhaça em toda a superfície. 


O muro de 4 m de extensão, que separa o jardim da casa vizinha, ganhou pequenas caixas de 
madeira de demolição, de 25 x 20 cm, com bromélias (1). Na parte inferior, um canteiro, 
de 25 x 35 cm, acomo da temperos. Todas as plantas foram cultivadas em caixas plásticas e,
posteriormente, inseridas no local para não prejudicar a madeira. E repare: a estrutura que 
sustenta a horta funciona como depósito de regadores e ferramentas 

Quintal sustentável

Com a chegada do casal de gêmeos, as moradoras desta casa no alto de Pinheiros, em São Paulo, resolveram criar um jardim para os filhos, utilizando somente madeiras reaproveitadas. Em 35m², coube horta com temperos frescos manjericão, salsinha, hortelã, sálvia e manjerona, portão caipira, rede e casinha de passarinho.a intenção é que, no futuro, os pequenos colham o alimento dos canteiros e aproveitem a vida ao ar livre.o projeto, de autoria da paisagista Susana Udler, conseguiu até incluir um canto de relaxamento para os adultos, sob a sombra agradável do pergolado de cumaru forrado com sapatinho-de-judia.



O portão de madeira de demolição serve de entrada lateral ao jardim. Nele, vasos de fibra de coco levam ripsális (2) e broméliacandelabro (3). Já o batente é feito de tora de eucalipto, uma das sustentações da rede. Atrás dele, tumbérgiaazul - arbustiva (4) forma uma cerca viva com o objetivo de trazer privacidade aos moradores. Camuflada em meio ao hibisco, a casinha para pássaros enfeita a tora que acomoda a rede.


O verde do painel com dinheiro-em-penca (1), renda-portuguesa (2), samambaia (3), peperômia (4) e véu-de-noiva (5) contrasta com o tom escuro da madeira. a jabuticabeira ganhou destaque com o banco em formato de meia-lua. o material se repete no piso onde fica a mesa.

Marcenaria planejada

Um jardim completo com jabuticabeira, fonte, chuveirão e horta era o sonho do jovem casal para sua casa na zona oeste de São Paulo. O desafio: arranjar espaço para todas essas exigências em 40 m². Com criatividade, o paisagista Gilberto Elkis conseguiu criar um verdadeiro paraíso verde, em que um painel tropical dá profundidade ao espaço e os móveis sobmedida são curingas. O clima reconfortante vem dos revestimentos do piso, ora preenchido por pedriscos, ora por madeira cumaru.


A caixa de madeira, de 1,40 x 0,40 x 0,50 m, à esq., tem outra função além de apoiar vasinhos de gardênia: esconder a existência de um maquinário. Neste caso, algumas aberturas estratégicas na peça, para a entrada e a saída de ar, evitam possíveis acidentes. Na foto ao centro, os temperos ficam à mão na jardineira de cumaru, 1,50 x 1,15 x 0,75 m, produzida sob medida pela Hydrotech. No primeiro patamar, revestido com zinco, há hortelã, pimenta e salsinha. Vasos de cerâmica preta, recheados com lavanda, preenchem o nível superior. E à dir., tábuas de cumaru tomam conta do muro e do piso da fonte de aspecto enferrujado. A madeira recebeu impermeabilização de stain, um produto mais maleável que o verniz, mas de menor duração. O retoque da proteção acontece a cada oito meses, sem a necessidade de uma raspagem prévia.


Do parapeito revestido com madeira, surge um banco improvisado. A ideia só precisa de uma tábua de 40 cm de largura para receber o estofado. No encosto, a treliça forrada com jasmim-de-madagascar (1) protege os moradores de olhares vizinhos. Almofadas, da missoni Home. O charme do jardim caseiro aparece no piso, que recebeu pedrisco e peroba-rosa. Os revestimentos escondem a existência dos canos de irrigação que vão até os canteiros, de 30 x 40 x 60 cm, e camuflam os fios da iluminação de LED. Devido à sua rusticidade, a madeira escolhida não precisa de muitos cuidados. A cada cinco anos, lixe o material e aplique um verniz fosco. Cadeiras coloridas, do designer Eduardo Baroni.

Aconchego de interior

Quando os moradores compraram o apartamento maior na zona sul de São Paulo, um desejo antigo reapareceu: transformar a varanda de 20 m² em um quintal. Partindo disso, a paisagista Gigi Botelho investiu forte nos revestimentos de madeira rústica, todos produzidos pelo escritório. “Queria transmitir a sensação de conforto ao jardim”, conta. Cultivadas em jardineiras elevadas e adubadas com substrato orgânico a cada cinco meses, a lavanda e a grama-amendoim ficaram longe das aventuras da poodle Pietra. Outras espécies complementam o clima interiorano, entre elas, a forração de sapatinho-de-judia no pergolado de cumaru e a combinação de ripsális, véu-de-noiva e hera nos painéis laterais.


Ao lado, nada de sujeira de cachorro no jardim. A poodle Pietra ganhou uma caixa de madeira de 35 cm de altura, que funciona como banheiro canino. Dentro dela, um recipiente de aço galvanizado, elemento comum a todos os canteiros do projeto, comporta grama, sem danificar o material. A solução não deixa odor, graças à torneira que rega o local quando necessário.

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